segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012 já é passado - Revista de História da Biblioteca Nacional

 

 

Boletim eletrônico da Revista de História da Biblioteca Nacional

 

Entre a suástica e a palmatória

Reportagem especial da Revista de História vai além da edição impressa e ganha vida em vídeo na internet. Material será lançado em janeiro, assim que a RHBN chegar às bancas. Confira uma prévia [Leia mais]

Acabou 2012...

 

Em série de artigos, equipe da RHBN comenta fatos marcantes do ano. Das mudanças na política brasileira, passando pela restauração do Jesus de Borja e chegando à descoberta da 'partícula de Deus', 2012 deu no que falar [Leia mais]

 

Cine História: o poder reverso do medo

 

'A origem dos guardiões' narra a história de uma luta entre o bem e o mal, que tem o medo como principal antagonista e a esperança como salvação. A animação infantil é leve e delicada [Leia mais]

 

Preto no branco

 

Exposição na Caixa Cultural do Rio de Janeiro apresenta a concepção artística do fotógrafo Flávio Damm em 80 imagens P&B [Leia mais]

 

Em 2012, acabou o amor

 

Retrospectiva: Pesquisador comenta cena política brasileira, recorda com tristeza a morte do cantor Wando e faz uma análise positiva do novo álbum de Bob Dylan, que exalta a dor lancinante atrelada ao 'amor fora de moda' [Leia mais]

 

Elas no comando, mas de quê?

 

Retrospectiva: partindo do cenário político na América do Sul, pesquisadora relembra a mudança da identidade social da mulher no século XX. Será que por estarem no poder elas precisam governar para as minorias? [Leia mais]

 

A arte e o legado de Dona Cecília

 

Retrospectiva: 2012 não pode deixar de ser lembrado pelo ano em que uma velhinha cheia de boa vontade fez uma lambança em pintura sacra do século XIX e foi ovacionada na internet [Leia mais]

 

 

Duas últimas jornadas

 

Retrospectiva: em 2012, o mundo perdeu importantes homens. De Neil Armstrong, o viajante do espaço, a Eric Hobsbawn, o aventureiro do tempo [Leia mais]

 

Onde tudo começou

 

Retrospectiva: em junho de 2012, um experimento realizado na Suíça comprovou a existência do bóson de Higgs, ou Partícula de Deus. O componente que teria dado origem a todos os outros da natureza [Leia mais]

 

Muito barulho por [quase] nada

 

Retrospectiva: as ruas da cidade ficaram lotadas de ativistas durante a Rio+20, mas o documento oficial redigido no fim do encontro só postergou decisões polêmicas [Leia mais]

 

 

 

Loja virtual

Na Loja virtual da Revista de História, você pode assinar a revista por um ou dois anos, além de comprar exemplares da revista História da Ciência, assim como a coleção História no Bolso. [Confira]

 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Pesquisadora procura objetos doados ao município de Leopoldina no século XIX

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Pesquisadora procura objetos doados ao município de Leopoldina no século XIX
 
Atualizado em 13/12/12 - 17h17

       
 
 
 
Foto: Arquivo GLN
Nilza Cantoni
 

A pesquisadora e historiadora Nilza Cantoni, estudiosa da história de Leopoldina, durante busca por informações nos arquivos da Gazeta de Leopoldina, hoje sob responsabilidade da Casa de Leitura Lya Maria Muller Botelho, que está com a missão de digitalizar todo o seu acervo, encontrou duas preciosidades que resolveu enviar ao Jornal Leopoldinense Online.

 Na verdade, são dois recortes do centenário jornal que trazem informações sobre doações feitas por pessoas à Câmara Municipal de Leopoldina, equivalente na época ao Poder Executivo local.

 O primeiro recorte tem data de 17 de outubro de 1895 e traz a seguinte nota, respeitada a grafia da época: "O Sr. Marciano T.L. Guimarães offertou á nossa municipalidade um grande osso de baleia, que acha-se exposto na sala de entrada da casa da Camara".

 O segundo recorte tem data de 31 de outubro de 1895 e registra a seguinte nota, também respeitada a grafia da época: "O Sr. Joaquim Werneck offereceu á Camara Municipal duas panellas dos índios. Uma dessas panellas, pequena e um tanto estragada, foi encontrada há tempos em uma excavação a que se procedia no Prado Leopoldinense e a outra, grande e em perfeito estado, foi encontrada pelo offertante no dia 24 do corrente em mattas da fazenda de Santa Izabel, propriedade de Junqueira & Lobato, nas raízes de uma grande árvore".

 Na mensagem enviada ao Jornal Leopoldinense, a pesquisadora indaga: "Já pensou como seria diferente nossa história se as pessoas tivessem tido o cuidado de guardar estes objetos?" Para Nilza Cantoni, citando um dos seus ídolos, Jacques Le Goff, "o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado, mas uma escolha efetuada quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passa, os historiadores."

 Ao final ela opina e indaga: "Eu acho que as forças dominantes de Leopoldina escolheram apagar os vestígios de nossa história. O que foi feito dos objetos mencionados nos anexos?

 

 

 
Conteúdo extraído do site www.leopoldinense.com.br

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Luiz Gonzaga - HISTÓRIA VIVA - Revista de História da Biblioteca Nacional


O baião de Luiz Gonzaga na sala de aula

 

 
No centenário do nascimento de Luiz Gonzaga, faça a turma dançar e se encantar com o ritmo nordestino que ganhou o País e há mais de 60 anos influencia a MPB

Elisângela Fernandes (novaescola@atleitor.com.br)



Engana-se quem pensa que o Baião é coisa do passado. Muito pelo contrário, ele segue vivo e influenciando a Música Popular Brasileira até hoje. E como o próprio criador do gênero cantou "Luiz Gonzaga não morreu / Nem a sanfona dele desapareceu". Isso porque desde que foi criado em 1946, sua batida está presente, direta ou indiretamente, em todos os movimentos musicais que surgiram em seguida.

Nascido em 1912, o filho mais ilustre da cidade de Exu, no sertão pernambucano, ganhou o Brasil após conhecer um dos seus mais importantes parceiros: o advogado cearense Humberto Teixeira. É deles a música Baião, que marca o nascimento do gênero: "Eu vou mostrar pra vocês/ Como se dança o baião/ E quem quiser aprender/ É favor prestar atenção". Depois desse manifesto, Gonzaga estourou, vendeu milhares de discos e colocou o nordeste no cenário da MPB.

O Rio de Janeiro era um terreno fértil para a divulgação da música nordestina e do forró nas suas mais diferentes variações como baião, chamego, xaxado, xote e o coco. Nas décadas de 1940 e 1950 o rádio era o meio de comunicação mais popular no País. Além disso, a intensificação do processo de migração que trouxe milhares de nordestinos ao sul e sudeste do país.

Não há dúvidas de que Lua, como Gonzaga também ficou conhecido, é um dos construtores da MPB. "Ele não foi só um instrumentista ou um compositor. Gonzaga definiu um gênero musical e sintetizou como ninguém a cultura nordestina" exalta o jornalista e historiador, Paulo César de Araújo, autor do livro Eu Não Sou Cachorro, Não. Antes dele, outros nordestinos tentaram, mas nenhum conseguiu a projeção nacional de Gonzagão.

Para o sociólogo alemão Norbert Elias, o êxito alcançado por um artista não pode ser atribuído apenas à sua suposta genialidade. O resultado depende de inúmeras variáveis, articuladas entre si, em um determinado contexto social. "O rei do Baião estava no lugar certo, na hora certa", afirma Maria Sulamita de Almeida Vieira, professora da Universidade Federal do Ceará e autora de Luiz Gonzaga, o Sertão em Movimento
Revista Nova  Escola

Luiz Gonzaga

 
 


Ilustração: Werner Schulz

No ano do centenário de Luiz Gonzaga, o baião, gênero que consagrou o sanfoneiro, mantém destaque no cenário musical e mostra que permanece vivo na MPB

"Eu vou mostrar pra vocês/ Como se dança o baião/ E quem quiser aprender/ É favor prestar atenção". Depois desse manifesto lançado na canção Baião, ninguém ficou alheio ao novo gênero que Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira acabavam de apresentar em 1946. O ritmo estourou, conquistou multidões, colocou o Nordeste no cenário da música popular brasileira e ainda hoje influencia gerações.

A canção foi gravada pela primeira vez pelo conjunto Quatro Ases e Um Coringa, da gravadora Odeon. A participação de Gonzaga, ou Lua, como era conhecido, restringiu-se a acompanhar o grupo com sua sanfona. A música estourou e, em 1950, Lua gravava a sua versão. Assim, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira consagravam-se o rei e o doutor do baião, respectivamente.

Apesar do sucesso, Lua não foi o primeiro a levar a música nordestina para o sul do país. Antes dele, outros tentaram. Exemplo disso é o sucesso Luar do Sertão, consagrada composição de João Pernambuco com letra de Catulo da Paixão Cearense. Além de Lauro Maia, maestro e compositor cearense, que introduziu o balanceio, ritmo produzido pelos conjuntos de zabumba, sanfona, pífaro e triângulos do Nordeste. Mas nenhum deles alcançou a mesma projeção de Luiz Gonzaga.

O rojão, como também é chamado o gênero criado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, nasceu da tradição popular, de um pequeno trecho musical executado pelas violas dos repentistas durante os intervalos entre um e outro desafio ou à espera da inspiração, como explica o historiador José Ramos Tinhorão no livro Pequena História da Música Popular – Da Modinha ao Tropicalismo (Art Editora, 1986). 

"Quando eu toquei o baião para ele (Humberto Teixeira), saiu a ideia de um novo gênero. Mas o baião já existia como coisa do folclore... O que não existia era uma música que caracterizasse o baião como ritmo", declarou Lua à revista Veja, em 1972, sobre o processo de estilização do novo tipo de canção popular e, principalmente, como ritmo de dança. 

Momento certo
A partir da década de 1950, o processo de migração crescia de forma acelerada e, duas décadas depois, o Brasil era um país urbano. Nesse contexto, Gonzaga encontrou o momento e contexto favoráveis à divulgação da música nordestina: o baião, o xaxado, o coco, o xote... 

"Ele trouxe um novo modo de olhar para o sertão, o Nordeste, a cidade, a migração e a condição do migrante", explica a professora da Universidade Federal do Ceará e autora de ?Luiz Gonzaga, o Sertão em Movimento (Editora Annablume, 2000), Maria Sulamita de Almeida Vieira. A música Lá no Meu Pé de Serra, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, demonstra como a dupla falava diretamente aos milhares de nordestinos que deixavam a sua terra natal. Lá no meu pé de serra/ deixei ficar meu coração / Ai, que saudades tenho/ Eu vou voltar pro meu sertão...

Não foram poucos os músicos que contribuíram para levar o forró nordestino ao grande público. Armados com a santa trindade do baião: sanfona, zabumba e triângulo, inúmeros trios surgiram e seguiram o exemplo de Luiz Gonzaga. E o seu reinado só cresceu. A cantora Carmélia Alves foi aclamada como a "rainha do baião". Claudete Soares tornou-se a princesa e Luiz Vieira, o príncipe do baião.


Foto: Arquivo Dominique Dreyfus/Editora 34/Divulgação

Repercussão internacional
 
O baião também rompeu fronteiras nos anos de 1950, em especial por conta de O Cangaceiro, de Lima Barreto (1953), que ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes como melhor filme de aventura e também menção honrosa pela trilha sonora, que entre outras trazia a toada Muié Rendera, música de Zé do Norte, interpretada por Vanja Orico. 

Na mesma década, o compositor norte-americano Burt Bacharach veio ao Brasil acompanhando a atriz alemã Marlene Dietrich. "Ele ouviu o baião e se encantou. Entre suas canções de sucesso dos anos de 1960 está Do You Know The Way to San Jose. É muito forte a presença do baião. Só falta o triângulo", comenta o jornalista e historiador, Paulo César de Araújo, autor do livro Eu Não Sou Cachorro, Não (Editora Record, 2005). 

O baião instrumental de Waldir Azevedo, Delicado, teve cinco versões gravadas em Buenos Aires, vendendo mais de 130 mil cópias em toda a Argentina, segundo Tinhorão. A música também passou a fazer parte do repertório dos maestros norte-americanos Stan Kenton e Percy Faith. 

Considerado um grande divulgador do novo gênero, Humberto Teixeira buscou promovê-lo no exterior, levando à Europa caravanas de músicos brasileiros, mas sem grandes resultados. Como analisa Tinhorão, o ritmo estilizado por Luiz Gonzaga (assim como ocorreu com a Bossa Nova) não tinha condições de competir com a indústria norte-americana de discos e com a novidade do rock, que tinha em Elvis Presley seu maior ícone. Somente na década de 1980, Gonzaga, já consagrado pelo público e pela crítica, iria apresentar sua obra nas grandes casas de espetáculo de Paris.


Pra onde tu vai, baião?


Depois de rodar o país e fazer muito sucesso, o fim dos anos de 1960 não trouxe bons ventos ao baião. O rádio já estava em declínio. Começava a era da televisão. E, no Brasil desenvolvido, urbano, propagado por Juscelino Kubistchek, a música nordestina perdeu espaço.

Outro nordestino, esse de Juazeiro, na Bahia, entrava em cena e já anunciava que algo novo estava por vir. Era João Gilberto, que em 1959 lançou Chega de Saudade, seu primeiro disco com duas músicas: a que dá nome ao álbum e Bim Bom: "É só isso o meu baião / E não tem mais nada não / O meu coração pediu assim, só...".

Além da Bossa Nova, que chegava com força, havia ainda os cabeludos da Jovem Guarda. Sem espaço na TV, nos jornais e nas rádios das capitais, Luiz Gonzaga se refugiou no interior do país, onde sua música ainda era valorizada. Gravou, vendeu disco, tocava em circos, comícios e ganhou menos dinheiro, mas não sem reclamar: "Pra onde tu vai, Baião? / Eu vou sair por aí / Tu vais por que, Baião? / Ninguém me quer mais aqui", canção de Sebastião Rodrigues e de João do Vale. 


Foto: Divulgação

Este último já havia sido parceiro de Lua em 1957, com O Cheiro de Carolina e mais tarde seria reconhecido com suas músicas de protesto, em especial por Carcará, que teve interpretação brilhante de Maria Bethânia no teatro Opinião, ao abordar o tema da migração dos nordestinos.

Outro exemplo de resistência foi o Xote dos Cabeludos, de Gonzaga e José Clementino: "Atenção senhores cabeludos / Aqui vai o desabafo de um quadradão / Cabra do cabelo grande
Cinturinha de pilão / Calça justa bem cintada / Costeleta bem fechada Salto alto, fivelão / Cabra que usa pulseira / No pescoço medalhão / Cabra com esse jeitinho / No sertão de meu padrinho / Cabra assim não tem vez não...".

O baião demorou a ser valorizado. Na avaliação de Paulo César de Araújo, Gonzaga alcançou grande sucesso popular, ficou na memória afetiva das pessoas, vendeu muitos discos, mas o reconhecimento por uma elite intelectual veio quando ele já era sexagenário. "O bom era a Época de Ouro da MPB, que vai de 1930 a 1945, com nomes como Noel Rosa, Wilson Batista, Cartola e Nelson Cavaquinho. Quando surge a Bossa Nova, em 1959, o baião ficou no meio, entre a tradição e a modernidade. Com isso passou a ser tratado como um momento menor da nossa música", lamenta o jornalista. 


A volta da Asa Branca

Mas, se o próprio João Gilberto citou o baião ao lançar a sua bossa, talvez nem tudo estivesse perdido para Luiz. No final da década de 1960, os festivais traziam novos nomes, muitos deles do Nordeste, que foram influenciados pelo furacão Luiz Gonzaga. 

"Ele foi para o Brasil o que Elvis foi para os americanos. Sem dúvida, ele é um dos gigantes da nossa música. Está no mesmo patamar que João Gilberto e Pixinguinha", compara Paulo César. Em 1968, os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil já traziam Luiz Gonzaga em sua memória afetiva e o declararam em diversas entrevistas. Com isso, o baião ganhou o aval de dois jovens expoentes da MPB. 

Além disso, um boato do jornalista Carlos Imperial contribuiu para que o velho Lua voltasse à mídia. Circulava a notícia de que os Beatles haviam regravado Asa Branca. Mas quem retomou o clássico foi Caetano Veloso, ao lançar na Inglaterra o seu primeiro disco concebido e gravado no exílio. No repertório, seis canções em inglês, com exceção de Asa branca, na qual Caetano exprime profunda tristeza por estar longe do Brasil. Luiz Gonzaga e o baião voltam ao cenário da MPB. 

A semente já havia sido plantada. Isso porque a geração de músicos que surge na década de 1970 cresceu ouvindo o gênero perpetuado por Gonzaga. Na lista, destacam-se Fagner, Belchior, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Morais Moreira, Alceu Valença, Milton Nascimento, Dominguinhos, entre outros. 

Até no rock, Gonzaga vai deixar sua marca. O baiano Raul Seixas apresenta em sua música uma mistura de rock com baião, deixando clara a influência de Elvis e Gonzaga em sua obra: "Tenho 48 quilo certo 48 quilo de baião / Num vou cantar como a cigarra canta / Mas desse meu canto eu não lhe abro mão / Num vou cantar como a cigarra canta / Mas desse meu canto eu não lhe abro mão / Let me sing, let me sing / Let me sing my rock'n'roll...".

Desde que surgiu, o baião esteve presente nos mais diferentes momentos da MPB, como na Bossa Nova, no Tropicalismo e no Pop Rock Nacional. "A música de Gonzaga continua aí, influenciando direta ou indiretamente as novas gerações", defende Paulo César de Araújo. As músicas do rei influenciaram o movimento Manguebeat na década de 1990, com Chico Science e a Nação Zumbi, Cordel do Fogo Encantado, Mestre Ambrósio, Lenine, Zeca Baleiro, Paralamas do Sucesso, Marisa Monte, Marcelo Jeneci e tantos outros. 


Homenagem ao Nordeste
Programação celebra diversidade da cultura da região de origem do rei do baião


O ano de 2012 vem coroar o centenário do nascimento de Luiz Gonzaga. Nas unidades do Sesc as comemorações já começaram com shows, culinária, espetáculos de dança, filmes e literatura. O Nordeste, que tantas vezes serviu de inspiração para Luiz Gonzaga, foi homenageado no mês de maio. 

No Sesc Santos, o chef Francisco Rebelo promoveu a degustação do pudim de tapioca e do baião de dois. "Nosso objetivo é promover a vivência da cultura nordestina e, ao mesmo tempo, homenagear o rei do Baião", comenta a nutricionista do programa Mesa Brasil no Sesc Santos, Fabíola Freire.

Em junho, grandes músicos vão animar as noites do Sesc Pinheiros, nomes como Alceu Valença, Trio Virgulino, Anastácia e Vanessa da Mata prestarão sua homenagem ao rei do baião. Outro destaque da programação é a conversa com o escritor e pesquisador Onaldo Quiroga sobre a vida e obra do cantor e compositor Luiz Gonzaga. 

Quem gosta de dançar não pode perder Os Ritmos de Gonzagão. No repertório uma diversidade de ritmos: baião, forró, choro, maracatu nação, coco, xaxado, marcha, frevo, ciranda, boi, xote, caboclinhos e quadrilha.
Para os cinéfilos, o Sesc Santo André exibe no mês de julho Labirinto do Brasil (2004), documentário sobre a vida de Glauber Rocha; Pan-cinema Permanente (2008), sobre as composições de Waly Salomão, com os tropicalistas Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia; e O Homem que Engarrafava Nuvens (2008), documentário musical que conta a vida de Humberto Teixeira. 

A trajetória do rei

Luiz Gonzaga foi responsável por difundir o baião e a cultura nordestina pelo Brasil afora

O caminho do futuro rei do baião, Luiz Gonzaga – nascido em Exu, sertão de Pernambuco em 1912, e conhecido como Lua –, começou a ser traçado quando ele deixou de servir o exército depois de nove anos e passou a ganhar a vida com a sanfona. Em 1939, nos bares do Mangue, bairro mais "quente" do Rio de Janeiro, tocava de tudo, de blues a fox trot.

Um dia, um grupo de cearenses pediu que apresentasse alguma coisa lá do seu pé de serra. O sanfoneiro atendeu aos pedidos e fez grande sucesso. Daí em diante, voltou às suas origens nordestinas e passou a incluir no repertório tudo o que aprendeu com seu pai, Januário – o sanfoneiro mais famoso de Exu.

Em 1941, gravou o primeiro disco pela RCA Victor e quatro anos depois já tinha seu próprio programa na Rádio Nacional. Apesar do sucesso, seus discos ainda eram todos instrumentais. Somente em 1946, após simular um contrato com a Odeon, conseguiu o aval de sua gravadora para também cantar.

Lua já fazia sucesso com Dezessete e Setecentos e Dança Mariquinha, feita com a parceria de Miguel Lima. Mas o que ele queria mesmo era encontrar um parceiro ideal para dar cabo de um objetivo: cantar as coisas do Nordeste. E, apesar do talento, Miguel não era essa pessoa.

Para seguir com seus planos, Gonzaga propôs uma parceria com Lauro Maia. Ele não aceitou, mas recomendou que procurasse seu cunhado, o advogado cearense Humberto Teixeira. Quando se encontraram, em apenas dez minutos, os dois compuseram No Meu Pé de Serra. "Eu senti que estava nas mãos do autor que sempre sonhara", disse Luiz à jornalista francesa Dominique Dreyfus, autora de Vida do Viajante: A Saga de Luiz Gonzaga (Editora 34, 1996).

A parceria rendeu muitos sucessos, como Assum Preto, Juazeiro e Asa Branca. Lançada em 1947, esta última, sem dúvida, tornou-se a música mais famosa de Gonzaga, reconhecida por sintetizar o drama da seca e a saudade do migrante nordestino, e rendeu ao rei do baião a participação no filme Este Mundo é um Pandeiro (1947), de Watson Macedo.

Depois do sucesso de Asa Branca, no final da década de 1940, Luiz Gonzaga seguiu para Exu, sua terra natal. De passagem no Recife, um futuro médico o procurou. Era Zé Dantas com a música Vem Morena, que deixou o rei do baião encantado. Com medo de perder a mesada do pai, que pagava a faculdade de medicina, ele pediu que seu nome fosse ocultado pelo sanfoneiro. Anos mais tarde, já no Rio de Janeiro e trabalhando no Hospital do Servidor, Zédantas – como assinava suas músicas – não largou a medicina nem a música.

Enquanto isso, a parceria de Gonzaga com Humberto Teixeira já não era a mesma. Este assumia, em 1952, o cargo de deputado. Nessa época era lançado o último disco assinado pelos dois, com as músicas Respeita Januário e Légua Tirana. Era a hora e a vez de Zédantas. O trabalho em conjunto resultou em muitos sucessos, como O Xote das Meninas, Sabiá, Riacho do Navio.

"Essa parceria trouxe elementos de crítica social e do protesto", avalia o jornalista e historiador Paulo César de Araújo, ao citar A Volta da Asa Branca e Vozes da Seca: "Seu doutô os nordestinos / Têm muita gratidão / Pelo auxílio dos sulistas / Nesta seca no sertão / Mas doutô uma esmola / A um home qui é são / Ou lhe mata de vergonha / Ou vicia o cidadão...".

Depois de passar um período quase esquecido, o rei foi reconhecido por grandes nomes da MPB, recebeu homenagens e gravou muitos duetos com seus discípulos, como Carmélia Alves, Dominguinhos, Elba Ramalho, Fagner e Milton Nascimento. Apresentou-se em Paris no Zénith, Olympia e na Grande Halle de La Villette. Em 1984, recebeu o Prêmio Shell, com o qual, antes dele, somente Pixinguinha, Dorival Caymmi e Tom Jobim haviam sido agraciados.

E voltou a gravar músicas inéditas e fazer sucesso com elas, em especial com os discos Tá Danado de Bom e Forró de Cabo a Rabo. O rei do baião faleceu em 1989. Mas como ele mesmo cantou: "Luiz Gonzaga não morreu / Nem a sanfona dele desapareceu...".

Em 2012, em homenagem ao seu centenário, deve ser lançado, no segundo semestre, Gonzaga – de Pai para Filho, novo longa de Breno Silveira, mesmo diretor de Dois Filhos de Francisco (2005). O filme pretende retratar a relação entre o sanfoneiro Luiz Gonzaga e seu filho, o cantor e compositor Gonzaguinha (1945-1991).
Revista Problemas Brasileiros

Luiz Gonzaga - Regional e pop

 
 

Criado por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, o baião misturou ingredientes rurais e urbanos para vencer no competitivo mercado de música dos anos 1940.

Braulio Tavares

Quando se fala em música brasileira, o nome de Luiz Gonzaga (1912-1989), o "Gonzagão", é sempre lembrado como um símbolo da cultura dos nordestinos do interior. Seu forró fala da vida simples do homem rural do Nordeste: a plantação, o gado, os namoros, a seca freqüente, as chuvas difíceis e bem-vindas, as danças, as festas de São João. Todo o universo sertanejo está ali representado.

Gonzagão é tudo isso, sem dúvida. Mas no momento histórico em que surgiu, e dentro do que era a indústria fonográfica brasileira daquela época, a partir de 1940, sua arte ganha um sentido diferente. Não é uma música rural pura, autêntica, trazida intacta para ser mostrada na cidade grande. Pelo contrário: trata-se de uma expressão urbana, criada no Rio de Janeiro, fruto de um projeto cultural deliberado que surgiu antes mesmo da composição das canções propriamente ditas. Voltado para um Brasil que comprava discos em 78 rotações e escutava programas de rádio, o baião pode ser considerado a primeira manifestação pop da música nordestina.

O ritmo é um produto da criatividade e da ambição de dois jovens. Foi criado por Gonzaga em parceria com o advogado e poeta Humberto Teixeira (1915-1979), a quem ele procurou em seu escritório no Rio, em 1945. Nessa época, o sanfoneiro já era conhecido no competitivo meio musical carioca. Na cidade desde 1939, tinha se apresentado em muitos programas de calouros, participara de gravações com grupos musicais e cantores de destaque, tocava com freqüência nas principais casas noturnas do centro do Rio (como o Assírio) e já gravara vários discos como instrumentista. Era um talento que começava a se firmar, mas sentia que precisava criar algo com mais impacto.

Ao procurar Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga tinha a idéia de criar um movimento musical com perfil tipicamente nordestino. Na sua mente, estavam bem claros os principais elementos para concretizar o projeto. O primeiro era a sanfona, que ele, exímio instrumentista, iria utilizar para compor e tocar canções baseadas nas melodias do fole de oito baixos – que animava os forrós sertanejos e era o instrumento tocado por seu pai, Januário. Gonzaga adotou a sanfona de 120 baixos. Comparada ao fole, era o que hoje chamaríamos de instrumento de última geração. O contraste entre a moderna sanfona tocada por Gonzaga e o fole, instrumento do seu pai, é comentado com bom humor no xote "Respeita Januário". A canção descreve o retorno de Luiz ao sertão, depois de ficar famoso. Nos versos de Humberto Teixeira, Januário ironiza a fama do filho e observa que seu fole tem apenas oito baixos, mas ele toca em todos os oito, ao passo que a sanfona de Luiz tem 120, mas ele só toca em dois...

O segundo elemento era a letra. Os forrós sertanejos eram animados quase sempre por música instrumental. As pessoas iam ali para dançar, não para escutar canções. Além dos temas instrumentais, também surgia um grande número de canções folclóricas, que estavam na memória de todos e eram cantadas em conjunto, mas não havia ali – como havia no Rio de Janeiro – a figura do compositor profissional, compondo canções para um público específico. Gonzaga queria se tornar esse compositor, mas como não se considerava fluente na expressão poética, chamou Humberto Teixeira para levar a idéia adiante como seu parceiro.

Até o figurino foi escolhido a dedo. Gonzaga costumava se apresentar nos programas de calouros da época, que aconteciam nos auditórios das rádios. Munido de sua sanfona, vestia roupas comuns: calça e camisa, de vez em quando um terno. Ele percebeu que vestindo o gibão de couro e o chapéu enfeitado dos vaqueiros – que lembravam também a indumentária dos cangaceiros da época, muito difundida nas fotos dos jornais –, atrairia muito mais atenção pelo exótico da sua figura. E estava certo.

Por fim, cuidou de criar um ritmo próprio, de cadência hipnótica, envolvente, ao qual deu o nome de "baião". O termo era usado pelos cantadores de viola do Nordeste para designar o ponteio que executavam durante os seus improvisos e desafios. Para a marcação desse ritmo, Gonzaga fixou o formato do grupo musical que se consagrou a partir daí: sanfona, zabumba e triângulo. Ele deve ter sido o primeiro a introduzir na música profissional o triângulo de metal, percutido com uma vareta também de metal, muito usado nas ruas do Nordeste pelos vendedores de "cavaco chinês", uma espécie de biscoito popular em forma de cone, muito fino e quebradiço.

O baião tornou-se, assim, uma mescla de elementos rurais e urbanos, tradicionais e contemporâneos. Não era uma forma de música nordestina que ao chegar ao Rio de Janeiro foi transportada integralmente para os discos e os shows. Foi uma criação de nordestinos já radicados havia muitos anos no ambiente carioca. Nordestinos aculturados lutando pela sobrevivência profissional, mas já integrados ao meio. Humberto Teixeira, por exemplo, morava no Rio desde os 15 anos. 

Tanto é assim que as canções clássicas de Luiz Gonzaga com Humberto Teixeira (e mais tarde com seu outro grande parceiro, Zé Dantas, 1921-1962) se referem todas ao sertão como um lugar distante. São canções de migrante, nas quais a terra natal é indicada por um "lá", distante e saudoso. "Lá no meu pé de serra /deixei ficar meu coração" ("No meu pé de serra"). "Hoje longe muitas léguas / na mais triste solidão..." ("Asa Branca"). "Ai ai, eu vou-me embora, vou voltar pro meu sertão" ("A volta da Asa Branca"). "Quando eu vim do sertão, seu moço, do meu Bodocó... / A maleta era um saco / e o cadeado era um nó..." ("Pau-de-Arara"). "Foi aí que eu vim-me embora, carregando a minha dor.../E hoje eu mando um abraço pra ti, pequenina..." ("Paraíba"). E muitas e muitas outras. Canções feitas na metrópole para celebrar essa terra do sonho distante. 

O baião é nordestino em seu espírito e essência, mas é carioca de nascimento. Com as características que tem, só poderia ter surgido no Rio de Janeiro, que nos anos 1940, ainda capital da República, rivalizava com São Paulo como grande pólo de atração de migrantes em busca de oportunidades. Anos de experiência como músico de cabarés da Lapa e de bares da "zona" do Mangue deram a Luiz Gonzaga uma informação musical variada, inacessível aos sanfoneiros de pé de serra, para não falar no seu aprendizado de diferentes ritmos e recursos técnicos, durante os nove anos em que viajou pelo Brasil servindo no Exército. Ensinaram-lhe também a conhecer a mentalidade e as expectativas do público. Mostraram-lhe como poderia marcar presença num mundo competitivo, em que as oportunidades de aparecer – como no caso dos programas de calouros – eram escassas e ferozmente disputadas. Seu baião, expressão mais autêntica da música nordestina, foi inventado no Rio "para carioca ver". O que não diminui em nada, é claro, sua riqueza como música e sua verdade como expressão social. 

A novidade obteve sucesso imediato no rádio, que se refletiu na quantidade (e na vendagem) dos discos lançados por Gonzaga. A primeira música de grande impacto foi a gravação do grupo Quatro Ases e um Coringa para "Baião", em 1946. Era a canção que apresentava ao público o novo ritmo: "Eu vou mostrar pra vocês como se dança o baião/e quem quiser aprender é favor prestar atenção...". No ano seguinte saiu "Asa Branca", que acabou se tornando a canção-símbolo da obra de Gonzaga e da própria música nordestina. É uma canção típica de migrante saudoso: "Quando o verde dos teus olhos / se espalhar na plantação / eu te asseguro, não chore não, viu? / Que eu voltarei, viu, meu coração...". Os sucessos vieram em fila: em 1947, "No meu pé de serra"; em 1949, "Juazeiro" e "Mangaratiba"; em 1950, "Paraíba", "Assum Preto", "Que nem jiló", "Baião de Dois", "Forró de Mané Vito" e "Cintura fina"; em 1951, "Boiadeiro" e "Estrada do Canindé"; em 1952, "Acauã".

Entre 1945 e 1955, no Brasil inteiro se cantava o baião. Carmélia Alves, Isaura Garcia, Ivon Curi, Marlene, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Ademilde Fonseca, Dircinha Batista – os principais intérpretes da época aderiram ao novo ritmo, intensamente divulgado pelo rádio e também pelo cinema brasileiro, que vivia um momento de ascensão com as comédias musicais, ou "chanchadas". 

A trajetória do baião foi desde os sítios humildes do interior de Pernambuco até as rádios cariocas e as paradas de sucesso estrangeiras. O novo ritmo foi assimilado também por compositores sem origem nordestina, mas com musicalidade bastante para sentir-lhe as possibilidades rítmicas e melódicas. Surgiram canções como "Delicado", de Valdir Azevedo (1951), e "Baião Caçula", de Mário Gennari Filho (1952), e na Itália, o "Baião de Anna" (também conhecida como "El Negro Zumbón"), de Roman Vatro e Franco Giordano, cantado por Flo Sandons e dublada por Silvana Mangano no filme "Anna" (1951). Essa trajetória reproduz um fenômeno muito freqüente na música feita no Brasil. É o encontro da criatividade do mundo rural com a produtividade do mundo urbano. Até meados do século XX, a população brasileira era mais rural do que urbana; desde então, essa proporção se inverteu. A predominância do urbano se deu em grande parte devido à migração maciça de pessoas que saem do interior para viver nas cidades. O resultado é que, mesmo no meio urbano, a cultura de boa parte de seus habitantes tem origens rurais. Isto pode ser visto com clareza na proporção de nordestinos que habitam a periferia de São Paulo e os morros do Rio de Janeiro. 

A música viaja junto com os migrantes. Em seu lugar de origem, cantar e tocar são atividades de lazer, e a remuneração do músico é precária. Na cidade, esses artistas entram em contato com o mercado. O disco e o rádio – hoje em dia, também a televisão e os espaços para shows – transformam sua música, que antes era feita por mera inspiração e para mera diversão, em música profissional. A Música Popular Brasileira vira Música Fonográfica Brasileira. 

Foi o que ocorreu com o baião. Seus criadores receberam um banho de cultura urbana e tiveram o talento e a ousadia de intervir criativamente em tudo com que se deparavam. Foram Luiz Gonzaga e Zé Dantas, possivelmente, os primeiros a usar o nome "Coca-Cola" numa letra de música popular brasileira, em "Siri jogando bola", de 1956 ("Vi um jumento tomar vinte Coca-Cola / ficar cheio que nem bola / e dar um arroto de lascar – lá no mar..."). Um dos muitos motivos de orgulho dos nordestinos com relação ao baião e à carreira de Luiz Gonzaga é que eles provam que o homem da terra pode "vencer na cidade grande". Gonzaga é, aos olhos da gente mais simples, um sertanejo cujo talento interferiu na vida da capital do país, modificou-lhe os hábitos, introduziu uma nova forma de cantar e de dançar, e, principalmente, chamou a atenção de todo o país para a cultura do sertão.

As circunstâncias da invenção e do sucesso do baião constituíram um modelo que seria repetido, com variantes, até hoje. Repetiu-se com Jackson do Pandeiro e sua fusão entre o coco paraibano e o samba carioca na década de 1950, tão bem-sucedida que muitos sambistas ainda hoje o consideram um dos seus. Repetiu-se com o sucesso dos nordestinos de classe média e formação universitária dos anos 1970: Alceu Valença, Fagner, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Ednardo, Belchior... Voltou a ocorrer mais recentemente com o fenômeno do Mangue Beat, criado em Recife por Chico Science e Fred Zeroquatro nos anos 1990, desta vez um movimento criado a partir do próprio Nordeste, mas com repercussão nacional. 

Atualmente, abrem-se inúmeras possibilidades criativas para essa música. Ocorrem fusões dos ritmos rurais com a eletrônica e a informática. Juntam-se, mais uma vez, a matéria-prima da cultura rural e a tecnologia transformadora das grandes cidades. Pode não parecer, mas é a mesma receita posta em prática há mais de meio século por um sanfoneiro pernambucano e um advogado cearense, aos trinta e poucos anos de idade.

Braulio Tavares é escritor, compositor e autor do livro Contando histórias em versos: poesia e romanceiro popular no Brasil (Editora 34, 2005).

Saiba Mais - Bibliografia:
ÂNGELO, Assis. Dicionário Gonzagueano de A a Z. São Paulo: edição do autor, 2006.
DREYFUS, Dominique. "A vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga". São Paulo: Editora 34, 1996. 
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo – 85 anos de músicas brasileiras (2 vols.) São Paulo: Editora 34, 1997. 
TELES, José. Do frevo ao manguebeat. São Paulo: Editora 34, 2000. 

Saiba Mais - Gravações:
GONZAGA, Luiz. "Luiz Gonzaga: 50 Anos de Chão". Coletânea com três CDs lançada em 1996, extraída da edição original, em caixa de cinco LPs, de 1988. (Sony/BMG). 
 
Saiba Mais - Site:
Revista de História da Biblioteca Nacional

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Nova lâmpada feita de plástico é aposta para o futuro da iluminação


 


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